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Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM

Reuso da água como medida de sustentabilidade e propulsor da economia é tema de Webinar

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A reutilização dos recursos hídricos como medida de sustentabilidade e econômica capaz de impulsionar a economia circular na indústria, irrigação, agricultura, bem como outros setores da cadeia produtiva, foi debatida durante a Webinar: “O Avanço da Utilização de Água de Reuso no Brasil”, na última quarta-feira (27/5). O evento contou com a participação da diretora-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Marília Melo e de outros especialistas ligados à área ambiental.

 

Criado pela idealizadora do grupo Agenda Urbana Brasil (AUB) e CEO na Tomorrow Gestão, Luciana Figueiras, o evento contou também com a participação do doutor em direito dos resíduos, Rogel Barbosa que conduziu e direcionou o debate. As discussões ocorreram em seis rodadas, por direcionamento de assunto.

 

A diretora do Igam disse lembrou que, em Minas Gerais, o tema foi levantado após a crise hídrica de 2014/2015 e está estritamente ligado à gestão e disponibilidade de água. “Quando a quantidade de água não é mais suficiente para suprir a demanda local, o reuso se torna uma nova fonte importante de uso da água”, afirmou. Segundo ela, o grande desafio no Brasil é a regulamentação do reuso da água. “Porém, já está tramitando no Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERHMG) uma norma para regulamentar o reuso, com padrões estabelecidos para cada tipo de uso, tanto o restrito, quanto o irrestrito”, destacou.

 

A diretora também chamou a atenção para a abordagem a partir do reaproveitamento de efluentes, que proporciona múltiplos benefícios em cadeia, uma vez que, com a retirada desse aporte nos rios, a qualidade da água melhora, diminui o custo do tratamento de água para os municípios e a produção de insumo gerado com a retirada de nutrientes como o nitrogênio e fósforo viram adubo e serão reutilizados na agricultura para fertilizar as produções agrícolas.

 

Durante a videoconferência foi apresentada pela especialista em gestão hídrica, Cristiane Duarte, a experiência exitosa de reuso da água aplicada no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, quando operou estações de tratamento de efluentes, tratamento de água subterrânea e o sistema de Osmose Reversa, com o objetivo de redução de custos e reuso no próprio aeroporto para a limpeza de aeronaves, recapeamento e outros. “O processo trouxe à empresa o reequilíbrio financeiro de forma totalmente sustentável”, disse a especialista.

 

As membranas filtrantes essenciais ao processo de tratamento da água e efluentes também foram um dos assuntos transmitidos durante a conferência online. Elas são capazes de remover partículas contaminantes e purificar a água, permitindo que ela seja utilizada em processos industriais, de reuso e até chegar à potabilidade, dependendo da fonte e qualidade de água a tratar. O custo de importação e a tecnologia para produção no Brasil foram algumas das abordagens, uma vez que hoje as membranas filtrantes são importadas dos EUA, Alemanha e China.

 

De acordo com a especialista em política e indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Maria do Socorro Castello Branco, a indústria brasileira já identificou a necessidade de produzir as próprias membranas para o processo de tratamento de efluentes. “Já existem vários estudos nesse sentido. O assunto é coerente com o que foi discutido no Fórum Econômico Mundial, quando foram identificados os cinco maiores riscos globais, entre eles a perda da biodiversidade e esgotamento de recursos” ressaltou.

 

A discussão ficou em torno do reuso da água como uma forma de economia sustentável e desenvolvimento social, uma vez que o Brasil ainda utiliza água potável para descarga sanitária, limpeza de casas e veículos e, em alguns setores da indústria e agricultura.

 

Wilma Gomes
Ascom/Sisema 

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